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Tem como objectivo criticar o estado actual das coisas e tentar acordar esta sociedade de memória curta.

quinta-feira, janeiro 29, 2004

2 burros e 1 carroça

Este poderia ser um título de uma qualquer curta metragem, um pouco naife é certo, mas não é. Agora até o facto de dois burros andarem juntos e um beber mais que outro já é notícia.
A minha indignação pode até ser o reflexo dos últimos quatro dias televisivos, altamente deprimentes, mas este tipo de noticias começa a brotar, tipo cogumelos, por todo o tipo de comunicação social. Enquanto era só na TVI, tudo bem, mas agora até nas edições "on-line" dos jornais aparecem.
Será que os jornalistas não conseguem melhor que isto? Andar atrás de burros, procurar conteúdo para as notícias nos caixotes do lixo, acompanhar cerimónias fúnebres, missas de sétimo dia e afins.

Memória curta

Miguel Cadilhe está, agora, indignado com o despesismo e a afectação de recursos em mega-projectos enquanto que a maioria das famílias se vai remediando com os seus magros vencimentos. Partilho a indignação, mas…
É preciso ter lata, então de quem é a autoria do Centro Cultural de Belém?
Esta obra não custou 3 ou 4 vezes mais que o orçamentado?

quarta-feira, janeiro 28, 2004

Contra senso

Depois de assistirmos a uma campanha de sensibilização para o problema da sociedade moderna, que é a obesidade, não se compreende a mais recente medida do governo - aumentar em 12 cêntimos o subsídio de refeição. Dados os valores envolvidos, isto é claramente um apelo à gula.
Ou não se altera nada com a justificação, um pouco gasta, das dificuldades económicas ou então dever-se-ia pensar duas vezes antes de atentar contra a inteligência das pessoas. Pessoas de bom senso e claro que aqui não se incluem os dirigentes sindicais que, apesar de tudo, consideram que foi uma vitória. Deviam repensar a sua atitude e participação na vida sindical e, porque não, mudar de actividade.

Ministério da (In)Justiça

Com que argumentos se pode exigir aos portugueses que cumpram com as suas obrigações fiscais, ou mesmo o cumprimento de qualquer lei, ou para cooperarem com a justiça, enfim para tornarem esta sociedade mais justa.
É a própria instituição encarregue por velar pelo respeito e cumprimento da lei que se encarrega de a não cumprir. Reter as contribuições que os trabalhadores do ministério fazem para a segurança social é demais.
Para as empresas com tais práticas, este ministério na ajuda ao combate à evasão fiscal obriga ou deveria obrigar os infractores a pagarem elevadas coimas e sentenciar os responsáveis com penas de prisão.
Será que a ministra vai presa?
O argumento de que as culpas estão repartidas não convence ninguém. Um ano parece-me demasiado tempo para se solucionar o problema e então, como sempre, nunca há uma responsável e culpa vai morrer solteira, outra vez.
É caso para dizer: - défice a quanto obrigas…

Eu confesso

Toda a gente concorda que aqui houve uma violação da lei, excepto o Sec. de Estado que é jurista, e até nem é muito mau como o próprio afirma. O que é deve acontecer a uma aberração destas?
Bem, está tudo bem, não se passa nada e a partir daqui não voltamos a fazer o mesmo. Não se fala mais no assunto…
Quando é que acaba esta bandalheira?
Até quando temos de desculpar ao Estado aquilo que ele não nos desculpa a nós?

segunda-feira, janeiro 26, 2004

Vem aí...

Num dia destes, numa manhã de nevoeiro, chegará o D. Sebastião, em forma de mulher, pronto para ocupar o lugar que lhe é devido.
Será que a névoa que envolve o nosso sistema judicial e político vai permitir que esta palhaçada siga em frente?
Fátima Felgueiras será a primeira presidente de Câmara virtual assumida. Justiça seja feita, muitos outros o são, mas poderá esta ser presidente duma Câmara portuguesa a partir do Brasil?
Será este mais um efeito da globalização e um bom exemplo do tele-trabalho? E então, nós por cá tudo bem.

Onde está a fraude?

O estado tem estado a reter o reembolso do IVA que é devido às empresas porque desconfia de fraude. Não terá sido mais uma manobra para ajudar a controlar o défice, pagando em 2004 o que deveria pagar em 2003.
Em ano de dificuldades económicas são estes os incentivos dados às empresas, na maioria exportadoras, que ainda por cima são as que vão equilibrando a balança comercial com o exterior.
Pelo défice também o Ministério da Saúde teve de pedir dinheiro à banca para dar às finanças aumentando assim a despesa pública com o pagamento de juros e continuando sem pagar a enorme divida que tem com a indústria farmacêutica.
São demasiadas manobras financeiras para termos mais do mesmo. Para o ano, com certeza, a história repetir-se-á.
Ficamos a aguardar por maior rigor nas contas públicas e pela maior eficácia no combate à fraude fiscal.

Reitero a pergunta, quem anda a defraudar as nossas expectativas?

sábado, janeiro 24, 2004

Entre a greve e Marte

Sexta-feira, greve e Marte são os assuntos do dia.
Provou-se que há água em Marte e agora talvez se possa provar a existência, ou que tenha existo, vida em Marte. O mesmo talvez não se consiga provar existir na função pública.
Os sindicatos dizem que os funcionários públicos têm sido enxovalhados pelo poder político e até é capaz de ser verdade. Mas a realidade também nos diz que a qualidade de muitos serviços públicos também não existe e deve-se, em muitos casos, pela má formação dos funcionários, cívica até, pela incompetência e às vezes até devido à mania que alguns têm em demonstrar que são importantes, quando precisamos que faça aquilo pelo qual foi contratado.

Contentes com o descontentamento

Chegámos a sexta-feira à noite e assistimos a manifestações de júbilo e de uma alegria estridente por parte dos dirigentes sindicais. Eu só me sinto incomodado por este tipo de atitude porque não se alcançaram quaisquer objectivos já que da classe politica apenas se sentiu alguma diferença. Aliás, outra coisa não seria de esperar.
Da classe politica, normalmente fora dos períodos eleitorais, sente-se algum desprezo por quem trabalha. Dos sindicatos, por mais preocupante que possa parecer, o sentimento pelos trabalhadores parece-me muito semelhante.
O descontentamento e reivindicações dos trabalhadores ficam sempre para segundo plano.

Sindicatos fantasma
Dos sindicatos fantasma que temos nada se vê, pois são incapazes de negociar com o governo de forma a garantir as melhores condições para os trabalhadores.
À partida, a predisposição é propor valores e condições impossíveis para que fracassem quaisquer acordos de concertação social. Quem perde, mais uma vez, são os trabalhadores e quem ganha são os dirigentes sindicais que têm mais um facto político, uma arma de arremesso contra o governo e assim ajudarem, nas querelas partidárias, os respectivos partidos políticos que os apoiam. Dá a ideia que muitas vezes tentam ajudar mais o partido que os próprios trabalhadores.
Aliás, os dirigentes das principais centrais sindicais são os mesmos à anos e se lhes perguntarmos o quanto eles contribuíram para o aumento dos índices de produtividade, a respostas terá de ser – muito pouco ou nada.
Mas se formos analisar a acção dos sindicatos no sector privado o caso é ainda mais preocupante, pois nem sempre a independência é ponto assente. Já, muitos de nós, vimos um qualquer dirigente sindical ocupar um lugar de director de recursos humanos numa qualquer empresa privada.

quinta-feira, janeiro 22, 2004

Momento literário

Aqui fica o contributo do Luis Almeida que nos envia este texto que, diga-se, descreve na perfeição o actual momento em que vivemos.

Mia Couto in SAVANA
13.12.2003

Rico é quem possui meios de produção. Rico é quem gera dinheiro e dá emprego. Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro. Ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele. A verdade é esta:
São demasiado pobres os nossos "ricos". Aquilo que têm, não detêm. Pior, aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros. É produto de roubo e de negociatas. Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram. Vivem na obsessão de poderem ser
roubados.
Necessitariam de forças policiais à altura. Mas forças policiais à altura acabariam por os lançar a eles próprios na cadeia. Necessitariam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade. Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem. O maior sonho dos nossos novos-ricos é, afinal, muito pequenito: um carro de luxo, umas efémeras cintilâncias. Mas a luxuosa viatura não pode sonhar muito, sacudida pelos buracos das avenidas. O Mercedes e o BMW não podem fazer inteiro uso dos seus brilhos, ocupados que estão em se esquivar entre chapas muito convexos e estradas muito côncavas. A existência de estradas boas dependeria de outro tipo de riqueza Uma riqueza que servisse a cidade.
E a riqueza dos nossos novos-ricos nasceu de um movimento contrário: do empobrecimento da cidade e da sociedade. As casas de luxo dos nossos falsos ricos são menos para serem habitadas do que para serem vistas.
Fizeram-se para os olhos de quem passa. Mas ao exibirem-se, assim, cheias de folhos e chibantices, acabam atraindo alheias cobiças. O fausto das residências chama grades, vedações electrificadas e guardas privados. Mas por mais guardas que tenham à porta, os nossos pobres-ricos não afastam o receio das invejas e dos feitiços que essas invejas convocam.
Coitados dos novos-ricos. São como a cerveja tirada à pressão. São feitos num instante mas a maior parte é só espuma. O que resta de verdadeiro é mais o copo que o conteúdo. Podiam criar gado ou vegetais. Mas não. Em vez disso, os nossos endinheirados feitos sob pressão criam amantes. Mas as
amantes (e/ou os amantes) têm um grave inconveniente: necessitam ser sustentados com dispendiosos mimos. O maior inconveniente é ainda a ausência de garantia do produto. A amante de um pode ser, amanhã, amante de outro. O coração do criador de amantes não tem sossego: quem traiu sabe que pode
ser traído.
Os nossos endinheirados-às-pressas não se sentem bem na sua própria pele.
Sonham em ser americanos, sul-africanos. Aspiram ser outros, distantes da sua origem, da sua condição. E lá estão eles imitando os outros, assimilando os tiques dos verdadeiros ricos de lugares verdadeiramente
ricos. Mas os nossos candidatos a homens de negócios não são capazes de resolver o mais simples dos dilemas: podem comprar aparências, mas não podem comprar o respeito e o afecto dos outros.
Esses outros que os vêem passear-se nos mal-explicados luxos. Esses outros que reconhecem neles uma tradução de uma mentira. A nossa elite endinheirada não é uma elite: é uma falsificação, uma imitação apressada.
A luta de libertação nacional guiou-se por um princípio moral: não se pretendia substituir uma elite exploradora por outra, mesmo sendo de uma outra raça. Não se queria uma simples mudança de turno nos opressores.
Estamos hoje no limiar de uma decisão: quem faremos jogar no combate pelo desenvolvimento? Serão estes que nos vão representar nesse relvado chamado "a luta pelo progresso"? Os nossos novos-ricos (que nem sabem explicar a proveniência dos seus dinheiros) já se tomam a si mesmos como suplentes,
ansiosos pelo seu turno na pilhagem do país.
São nacionais mas só na aparência. Porque estão prontos a serem moleques de outros, estrangeiros. Desde que lhes agitem com suficientes atractivos irão vendendo o pouco que nos resta. Alguns dos nossos endinheirados não se afastam muito dos miúdos que pedem para guardar carros. Os novos
candidatos a poderosos pedem para ficar a guardar o país. A comunidade doadora pode irás compras ou almoçar à vontade que eles ficam a tomar conta da nação.
Os nossos ricos dão uma imagem infantil de quem somos. Parecem crianças que entraram numa loja de rebuçados. Derretem-se perante o fascínio de uns bens de ostentação. Servem-se do erário público como se fosse a sua panela pessoal. Envergonha-nos a sua arrogância, a sua falta de cultura, o seu desprezo pelo povo, a sua atitude elitista para com a pobreza. Como eu sonhava que Moçambique tivesse ricos de riqueza verdadeira e de proveniência limpa!
Ricos que gostassem do seu povo e defendessem o seu país. Ricos que criassem riqueza. Que criassem emprego e desenvolvessem a economia. Que respeitassem as regras do jogo. Numa palavra, ricos que nos enriquecessem.
Os índios norte-americanos que sobreviveram ao massacre da colonizaçãooperaram uma espécie de suicídio póstumo: entregaram-se à bebida até dissolverem a dignidade dos seus antepassados. No nosso caso, o dinheiro pode ser essa fatal bebida. Uma parte da nossa elite está pronta para realizar esse suicídio histórico. Que se matem sozinhos.
Não nos arrastem a nós e ao país inteiro nesse afundamento.

Incentivo ao uso do transporte público

Por um lado não se podem aumentar os salários devido à contenção da despesa e o perigo da inflação subir e depois aumenta-se tudo e mais alguma coisa. Agora é a vez dos transportes públicos virem a ser aumentados de uma forma insustentável.
Enquanto se fala em contenção e se vai esvaziando, cada vez mais, os bolsos dos portugueses vê-se, por outro lado, o aumento dos salários e das regalias dos administradores dos hospitais S.A., por exemplo. Já não há pachorra para tanta incoerência e políticas do faz-de-conta.
Já em Dezembro, pelo menos na linha do Norte, o preço dos bilhetes na CP tinham aumentado 15%. Deve ser pela excelente qualidade que nos é oferecida com direito a estar, por vezes, parado ao longo da linha à espera que uma qualquer máquina sai da linha.
Se pagássemos e tivéssemos um serviço de qualidade mas, na realidade, isso não passa de uma miragem. Para quem utiliza os serviços da Carris essa falta de qualidade é elevada ao expoente máximo. Deparamo-nos diariamente com autocarros sobrelotados, velhos, com avarias frequentes em que os passageiros têm de abandonar o autocarro, para já não falar da inconstância das carreiras que deveriam ser de 10 em 10 minutos e por vezes chega a haver intervalos de 1 hora.

De lembrar que nos últimos 10 anos a taxa de utilização de transportes públicos diminui 22%.

Com que argumentos se fala em mobilidade e em planeamento urbanístico?

terça-feira, janeiro 20, 2004

Autodestruição

Mais um exemplo da coerência norte-americana é a recusa em aceitar as medidas propostas pela Organização Mundial de Saúde contra a obesidade.
Um problema de saúde pública que já matou 35 milhões de pessoas e que afecta a sociedade americana mais do que qualquer outra.
Mas a política a seguir parece ser a de por os interesses das cadeias de fast-food à frente da saúde dos americanos. Dizem que não há relação entre uma coisa e outra.
Se o problema da obesidade, para além de genético, provém do consumo excessivo de gorduras e açucares associado à falta de exercício físico é, no mínimo bizarro esta atitude.
O mesmo já tinha acontecido com o problema da poluição onde eles, americanos, se recusam a assinar qualquer tratado que visa a diminuição da poluição. E, mais uma vez os interesses económicos se sobrepõem à saúde das pessoas.

Pois bem, morram todos e deixem-nos o dinheiro.

CDS-PP 2 vs. 0 MRPP-PSD

Com se diz na gíria futebolística, os pequenos crescem frente aos grandes.
Ganham na questão do aborto forçando o PSD a abdicar da posição mais liberal que tem em relação a esta matéria.
Na questão da emigração, mais uma vez, a direita marca pontos em relação a esta direita/esquerda em que se está a transformar o PSD. Andaram 11 meses a discutir uma coisa que não era necessário discutir, enfim, mais uma perda de tempo que demonstra a desorganização em que este país vive mergulhado.
O estabelecimento de cotas, na minha opinião, só trará mais imigrantes ilegais em situação precária, sujeitos à exploração de "patrões" sem escrúpulos. O mercado é que deveria regular esta questão do número de imigrantes necessários. Ao estado deveria caber a tarefa de fiscalizar.

Bem, como em Portugal as leis não passam de sugestões, onde é eu já ouvi isto, vamos lá ver no que é que isto dá.

Viragem à esquerda

Nos últimos dias tem vindo a público que Durão Barroso quer nomear "amigos" do MRPP para assumirem cargos de responsabilidade na administração pública. Li algures que, seguindo esta onda, o próximo ministro da educação poderia ser o Arnaldo Matos.
Pois bem, gostaria de deixar aqui mais uma sugestão, Garcia Pereira para ministro da Solidariedade e do Trabalho.

segunda-feira, janeiro 19, 2004

Incoerências I

João Salgueiro diz que a juventude de hoje é uma juventude de entretenimento e não uma juventude de causas, como no seu tempo.
Eu acho que tenho uma explicação para esta falta de iniciativa e que poderá ter origem, precisamente, na geração dele. Basta recuar no tempo e verificar quem, de forma algo selvática, fez um assalto ao poder após ao 25 de Abril deixando para trás uma geração mais experiente e que tão maus resultados teve, como ele próprio reconhece.
Pois é, é essa a geração que neste momento hipoteca as iniciativas da nova geração. São o poder instalado que promove os amigos, a incompetência e não dá oportunidades a quem tem espírito de iniciativa.

Depois admiram-se dos nossos cérebros estarem todos a emigrar para o estrangeiro, onde há organização e se premeiam os melhores.

Incoerências II

Governo reitera o compromisso de “continuar” a reduzir o IRS até 2006. Mas alguém já sentiu alguma redução no IRS? Antes pelo contrário, directa ou indirectamente, sente-se um agravamento fiscal quer através das deduções que deixam de existir ou até por estas se manterem constantes e não acompanharem a perda do poder de compra das famílias.

É necessário passar das palavras aos actos.

Incoerências III

Durão Barroso concorda com a descriminalização do aborto mas não é para decidir agora pois tem um compromisso com os eleitores para não o fazer. Eu acho mais provável que haja uma compromisso com o PP e não propriamente um compromisso com os eleitores. Se Durão Barroso quer honrar os seus compromissos deveria começar a pensar no choque fiscal, no aumento dos salários, no aumento das pensões e salário mínimo, no combate à corrupção e evasão fiscal com a qual se diz muito preocupado e nada tem feito.

Receita milagrosa

Até aqui tínhamos um dono da verdade - o prof. Marcelo. Agora a propriedade terá de ser repartida com Vítor Constâncio, o guru para a área económica.
Eu, que sou um leigo não consigo aceitar a solução que ele encontrou para resolver os nossos problemas: “Trabalhar mais anos, ter mais filhos e aceitar mais emigrantes…”.

- Trabalhar mais anos – parece-me um pouco discutível ainda mais porque acabámos de enfrentar um período de reformas antecipadas, muitas vezes forçadas, sem qualquer justificação e que contribuíram para a deterioração da pouca qualidade que alguns serviços prestam.
Não vejo qualquer beneficio desta medida pois apesar das pessoas contribuírem mais tempo para a Segurança Social existem, com certeza, mais desempregados a receberem subsídio. Feitas as contas, será que o saldo vai ficar positivo?

- Ter mais filhos – com os incentivos que existem, ou não existem, o poder de compra das famílias a diminuir, não me parece.

- Aceitar mais emigrantes – é certo que produzem riqueza para o país e alguns até descontam para a Segurança Social.
Mas, mais uma vez a questão do desemprego vem ao de cima. Com um taxa que se estima atinja os 8% no curto prazo é-me difícil entender esta ideia. Ou os portugueses não querem trabalhar, e aí já percebo, ou então o problema está à vista de todos e ninguém quer ver.

sexta-feira, janeiro 16, 2004

US elections
Desta vez quem vai ficar a ganhar com a campanha eleitoral é a NASA que viu o seu orçamento aumentar de 15 para 16 mil milhões de dólares. O presidente Bush quer ir a Marte e ter uma casa na Lua.
Parece que em 2015 vai existir uma base na Lua. Parece que o sonho americano se está a expandir apesar do famoso défice que por lá também começa a ser conhecido.

well, I'm blest!

No dia seguinte à mensagem de suprema importância que o presidente enviou à Assembleia da República trocaram-se mimos a propósito da análise a fazer a esta mensagem. Uns argumentam que deveria ter sido no dia da mensagem enquanto outros defendem que deveria ser feita à posteriori.
A única coisa que se viu, ou não viu, foram os deputados pois durante a tarde estariam no hemiciclo cerca de um quinto dos deputados.
Justiça seja feita, o BE estava representado a 100% com os seus três deputados.

A coerência do nosso Presidente
Esta foi a segunda vez que o Presidente da República nos brindou com mais uma declaração em que foca aspectos que toda a gente já conhece e, com certeza, já todos pensámos nas soluções.
Parece-me haver aqui alguma ingenuidade que, para quem tem tantos anos de política, não se percebe. Apelar ao entendimento entre partidos políticos tomando partido ou substituindo um dos partidos não me parece correcto. Resultado, mais tricas partidárias foram fomentadas e que tanto prestigia a classe política.
Ou o Presidente se assume como oposição ou mais vale pensar duas vezes antes de cometer estas “gaffes”.
É claro que todos nós já percebemos que Ferro Rodrigues está refém do processo Casa Pia, logo incapaz de fazer oposição e foi para isso que ele foi eleito. E nem é preciso ser o Prof. Marcelo a dizê-lo.

O aborto
Este é um assunto que deve ser tratado com cuidado e para o qual se devem respeitar as ideias que cada um tem. Mas, ao ouvir os discursos do BE, do PS, uma entrevista na SIC ou até algumas das manifestações que vi resolvi escrever sobre esta questão.
O PS não tem moral para criticar a maioria com o argumento que a sociedade está chocada. No tempo do católico e defensor da vida, António Guterres, não se ouviu falar em disciplina de voto de modo a canalizar o maior número de votos a favor da despenalização do aborto.
O BE opta pela demagogia e garante que se formos modernos o sim ao aborto vai ganhar. Senão seremos todos uma cambada de retrógradas? Começa a ficar farto desta versão “PCP New Wave”.
Depois de na SIC, com toda a pompa, se anunciar uma senhora modelo que, supostamente, é o rosto de todos os problemas que as mulheres têm quando decidem fazer um aborto. Falhas existem, mas fazer onze abortos? Se isto é o estereótipo da mulher que recorre ao aborto sou contra o aborto. Existem consultas de planeamento familiar e a pílula do dia seguinte.
Nas manifestações lá andavam as bandeiras do PCP, da CGTP, até dos Metalúrgicos e ainda a histeria da deputada Ana Gomes. E eu que pensava que este assunto não deveria ser politizado.
Eu defendo que a sociedade deve ajudar as famílias a criarem os seus filhos e não a matá-los. Como na nossa sociedade isso não é possível acho que cada um deveria decidir conforme a sua consciência, dentro de certos limites. Num caso de onze abortos efectuados pela mesma pessoa dever-se-ia prestar algum acompanhamento pois não é uma situação normal.
Finalmente, os referendos deveriam ser respeitados e utilizados para auscultar a opinião dos eleitores, mas nunca como arma de arremesso entre partidos políticos.

terça-feira, janeiro 13, 2004

Alucinações I

Recentemente fomos invadidos por extra-terrestres e, estes deixaram os seus mensageiros na Terra. O problema é que estes ET’s devem ter tendências suicidas como podemos ver pelos actos dos seus mensageiros:
- O sujeito que se lembra de ir brincar com um leão no jardim zoológico em Buenos Aires dizendo que foi comandado por vozes do Além.
- O tipo que assassinou a ministra sueca dos negócios estrangeiros, Anna Lindh, também diz ter sido Jesus que lhe fez tal pedido.

Provavelmente, os portugueses também têm andado a ouvir vozes do Além, e não foi só o Sr. Luís Filipe Vieira. Só assim se explica o comportamento que temos nas estradas.
Ninguém circularia, com tanta frequência, em sentido contrário, com excesso de velocidade e álcool ou cometeria tanta infracção se não fosse comandado por uma força superior.

Alucinações II

Uh!!! Aí temos uma nova teoria da conspiração. O Sr. Luís Filipe Vieira diz que o Benfica não ganha porque existem dois clubes que não deixam. A ideia é essa, penso eu, em competição ganham os mais capazes, mais regulares, enfim, os melhores.
Se a ideia dele é outra, que não a do plano desportivo, então vale a pena relembrar-lhe as suas próprias palavras: - “... é mais importante ganhar as eleições para a Liga que comprar jogadores para reforçar a equipa...”.

Já antes havia dito que na direcção do Benfica reinava a paz e a concórdia e que os jornalistas andariam a conspirar para destabilizar o glorioso.

Será que este também anda a ouvir vozes do Além?

Alucinações III

Mas andará tudo alucinado ou só distraído?
Agora querem-nos fazer crer que o aumento dos combustíveis é inevitável. Eu até ando de transportes públicos mas parece-me que há limites para tudo.
É tudo uma questão de contas:
- O preço de referência para o petróleo ronda os 26 dólares americanos por barril.
- Nos últimos tempos o petróleo subiu cerca de 20%.
- O euro subiu mais de 30% em relação ao dólar.

Se bem me lembro 20 é menor que 30, logo o aumento do petróleo é inferior à valorização do euro. Então pode-se concluir que os preços deveriam baixar.
O que mais me irrita é a cumplicidade dos média, por exemplo, ontem numa entrevista a um responsável da GALP.

sexta-feira, janeiro 09, 2004

Também quero uma lei só para mim

De novo a discussão à volta do perdão que a ministra das Finanças concedeu ao taxistas. Ou a ministra anda mãos largas, ou é a demonstração de força de mais um lobby ou o medo que estes políticos têm de quem os enfrenta. Bastou os taxistas ameaçarem que colocavam 3000 taxis à entrada de Lisboa e fez-se uma lei à medida de forma a calar estes senhores e evitar a contestação.
De facto, a lei deveria ser feita à medida para salvaguardar as desigualdades que existe na profissão – taxistas de grandes centros urbanos vs. taxistas do interior. Nas cidades há taxistas que ganham mais de 3000 euros mensais enquanto nas aldeias, muitas vezes, chegam a prestar serviços que o estado não presta. O estado acaba com as carreiras da rodoviária e os taxistas substituem-na; é muitas vezes uma pessoa amiga e moço de recados da aldeia; até de ambulância serve e muitas vezes nem um quarto da facturação conseguem alcançar.

Deixo aqui duas questões:
1 – O que é que impede um qualquer empresário de não pagar o pagamento especial por conta?
2 – Porque é que para quem trabalha por conta de outrém o IRS é retido na fonte? Eu preferia pagar em Maio ou Junho do ano seguinte.

And the winner is...

Na verdade existem dois vencedores, um em cada categoria. Foi feita uma análise à actividade dos partidos políticos e chegou-se à conclusão que os vencedores foram:

- Na categoria de irregularidades
1ª posição – PS

Numa luta renhida, mano a mano, com o PSD.


- Na categoria de despesista
1ª posição – PCP

Estou perplexo, então os comunas terão feito alguma aliança com o grande capital e ninguém sabe?
Onze milhões de euros foi quanto gastaram num ano, tanto quanto PS e PSD juntos que gastaram 5 e 6 milhões, respectivamente. Parece-me um atentado contra os trabalhadores e toda a classe operária.

quarta-feira, janeiro 07, 2004

Somos o único clube com dois estádios

Critico o descaramento e a falta de respeito que esta gente tem pelos contribuintes. Para além do abuso que foi a construção dos 10 estádios temos vindo a assistir, de uma forma descarada, à ajuda que a Câmara Municipal de Gaia tem dado ao F.C. Porto. Primeiro, numa manobra um pouco arriscada a Câmara ofereceu o centro de estágio ao Porto com o intuito de levar para Gaia o novo estádio e, porque não, criar mais um problema a Rui Rio.
Pergunto onde jogam e treinam os jogadores dos clubes de Gaia e em que condições?
Parece lógico que uma Câmara dê preferência aos seus munícipes e fomente o desenvolvimento das suas instituições e não a dos concelhos vizinhos.
Depois das atoardas que o Sr. Pinto da Costa mandou parece que o feitiço se virou contra o feiticeiro e a relva das Antas também não está em boas condições, à semelhança do que aconteceu com o Sporting.
Mas, o mais grave é que agora estão a pensar levar relva do centro de estágio de Gaia para o novo estádio, de forma a remediar a situação e evitar que o Porto pague para o utilizar o velho estádio pois o prazo para a sua demolição expirou. Já se está a ver quem paga mais uma vez.

O que me intriga neste caso é o silêncio absoluto. Será que não há ninguém, em Gaia, preocupado com este desperdício de dinheiro?
Infelizmente, de Gaia, apenas se houve falar das péssimas condições dos bairros sociais.

terça-feira, janeiro 06, 2004

Será mais um acto de desespero?

A justiça funciona, não funciona ou só funciona consoante os intervenientes? Afinal as cartas anónimas têm alguma utilidade ou é só para denunciar traficantes de droga? Estou a ficar confuso. E para que serve tudo isto? Certamente para beneficiar alguém!
Vale tudo. A confusão está lançada. Agora até contrataram uma americana “expert” em pedofilia para ajudar à confusão. E as conclusões que ela tira são impressionantes, começando desde logo por afirmar que se um profissional, psicólogo ou psiquiatra, disser que uma criança está a dizer a verdade – temos que desconfiar.
Assim já se entende porque razão se tem vindo a lançar tantos nomes de possíveis suspeitos de abuso de crianças, estes afinal são vitimas desses pequenos mentirosos. É caso para dizer que a causa está a ser mudada.
Neste país em que nada parece funcionar até a competência dos psicólogos e psiquiatras está agora em cheque, também já só faltava isso.

Será que “Portugal foi amaldiçoado por Deus”?

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